O senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) afirmou na noite de ontem (22) que os parlamentares conseguiram as 27 assinaturas necessárias para a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar irregularidades no MEC (Ministério da Educação).
Entretanto, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) diz que ainda falta uma assinatura para alcançar o número.
Em operação deflagrada ontem, a PF (Polícia Federal) prendeu preventivamente o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e pastores suspeitos de articular a liberação de recursos da pasta a prefeituras. A ação da PF levou senadores a retomar esforços iniciados em março, quando o caso veio à tona, pela abertura de uma CPI no Senado.
Veja os senadores que assinaram o requerimento, segundo divulgação do senador Randolfe:
- Randolfe Rodrigues
- Paulo Paim
- Humberto Costa
- Rafael Tenório, suplente de Renan Calheiros
- Fabiano Contarato
- Kajuru
- Zenaide Maia
- Paulo Rocha
- Omar Aziz
- Rogério Carvalho
- José Antonio Reguffe
- Leila Barros
- Jean Paul Prates
- Jaques Wagner
- Eliziane Gama
- Mara Gabrilli
- Nilda Gondim
- Veneziano Vital
- José Serra
- Tasso Jereissati
- Cid Gomes
- Alessandro Vieira
- Dário Berger
- Simone Tebet
- Eduardo Braga
- Soraya Thronicke
Nas redes sociais, Randolfe diz que Marcelo Castro, presidente da Comissão de Educação, se comprometeu a assinar o requerimento quando faltar apenas uma assinatura.
Em março, um áudio obtido pela Folha de S.Paulo revelou que o governo federal priorizava a liberação de recursos a prefeituras indicadas pelos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura Correia, que não têm cargos oficiais no MEC, mas atuavam como lobistas na pasta.
Desde então, parlamentares da oposição têm tentado colher apoios para abrir uma CPI para investigar essas denúncias —o requerimento precisa de 27 assinaturas.
Pacheco diz que eleições prejudicam abertura da CPI
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), declarou ontem que a proximidade das eleições “prejudica” a instalação de uma CPI do MEC durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em entrevista a jornalistas na tarde de ontem, Pacheco ponderou que o governo Bolsonaro, sobretudo o Ministério da Educação, deve se explicar sobre as suspeitas de irregularidades na pasta.
O parlamentar disse que o Senado mantém a posição em relação à CPI, que é de analisar os requerimentos e ver se obedecem aos requisitos necessários para a abertura de uma Comissão, mas ressaltou que, no atual cenário de ano eleitoral, o escopo de uma investigação desse tipo é afetado pelas disputas eleitorais.
O fato de se estar num momento muito próximo das eleições acaba prejudicando, sim, o trabalho dessa ou qualquer outra CPI que venha a ser instaurada.
Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado
Em abril, a solicitação chegou a conseguir esse número, mas o senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) desistiu e retirou seu apoio. À época, Oriovisto disse acreditar na existência de “fatos graves” a serem investigados no MEC, mas argumentou que uma CPI “tão próxima das eleições acabará em palanque eleitoral”.
Ao comentar a retirada de apoios, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que agora “é compreensível porque o governo Bolsonaro se esforçou tanto para retirar assinaturas da CPI do MEC”. Ele completou: “O Bolsolão do MEC já é o maior escândalo de corrupção da história!”.
UOL