Barcelona vencia até expulsão de Araújo, mas sofre virada e perde de 4 a 1 para PSG, que vai às semifinais
No futebol de mais alto nível, qualquer erro é fatal e muda rumos de uma partida que parecia trilhar um caminho. Isso foi exatamente o que aconteceu nesta terça-feira (16), pela volta das quartas de final da Champions League no Olímpico de Montjuïc. O PSG começou bem melhor, mas viu o Barcelona abrir o placar com Raphinha aos 11 do primeiro tempo em jogadaça de Lamine Yamal e quase ampliar com Robert Lewandowski. Eis que Bradley Barcola ia saindo na cara do gol, mas Ronald Araújo deu um tranco nas costas do jovem. Falta e cartão vermelho. O que faltava para o roteiro do jogo mudar novamente e terminar com a classificação dos franceses à semifinal após vencer por 4 a 1.
Ainda na etapa inicial, o Paris igualou o placar com a repetição da “Lei do Ex” de Ousmane Dembélé, que concluiu na segunda trave um cruzamento rasteiro de Barcola. Xavi Hernández, que também seria expulso no segundo tempo, substituiu Yamal, a única saída em velocidade do time, e matou o que tinha de ofensivo no Barça. Com um início sufocante nos 45 minutos finais, o visitante precisou de só 15 para virar e dar a vantagem que precisava para reverter o 3 a 2 da ida.
Primeiro, em escanteio curto de Dembélé, a defesa catalã dormiu e deu todo espaço do mundo para Vitinha finalizar. Um torpedo rasteiro que foi direto às redes, sem chances para Marc-André ter Stegen. Pouco depois, de novo o ponta francês ex-Barça participou do gol. Perseguido pelas vaias das arquibancadas, Dembélé recebeu na ponta direita e dominou errado, o que fez João Cancelo dar um bote atrasado, pênalti. Kylian Mbappé foi para a bola convicto que ia cravar e cravou.
No fim, com o Barça lançado ao ataque, o camisa sete marcaria de novo em um contra-ataque fulminante. Oito gols nesta Champions, semifinalista e artilheiro isolado.
Provavelmente no Real Madrid na próxima temporada, Mbappé segue sonhando em se despedir de Paris com o inédito título da Champions. Para isso, precisará passar por Borussia Dortmund na semi, com ida disputada em 30 de abril ou 1º de maio e volta em 7 ou 8 do próximo mês.
Técnicos efetuam pequenos ajustes nas escalações
Em comparação ao jogo de ida, Xavi Hernández promoveu apenas a saída de Sergi Roberto para a entrada de Pedri, aquele que saiu do banco para dar a assistência para Raphinha marcar o gol do empate. No restante, tudo igual no time que atacava no 3-2-5 e se defendia no 4-4-2.
Do lado francês, descasando desde a ida, aconteceram mais trocas. Na linha de defesa, Achraf Hakimi retornou a lateral e Marquinhos foi para zaga, deixando Lucas Beraldo no banco. Mais adiante, Zaïre-Emery substituiu Lee no meio, enquanto Bradley Barcola entrou no lugar de Marco Asensio. Com isso, Mbappé era o homem mais avançado no centro do ataque.
1º tempo de cinema: gols, reviravoltas e drama
Quase como um roteiro de Hollywood, o primeiro tempo teve drama e reviravolta. Começa com um PSG intenso, dominante e que não deixa o rival atacar. Faltava, porém, um passe final para criar uma chance clara, que não veio nesse período. O Barça subiu uma vez e marcou. O adversário sentiu e quase veio o segundo com Robert Lewandowski, que chutou por cima do gol após a defesa afastar mal um cruzamento.
E aí as coisas passaram a mudar, a partir dos 25. Antes mesmo da expulsão, a equipe francesa quase marcou com Mbappé. O cruzamento rasteiro de Barcola veio na medida para o camisa sete pegar a bola de frente, só não contava com uma espetacular defesa de Ter Stegen. Com o vermelho de Araújo, tudo ficou ainda mais natural para o clube parisiense abrir o placar aos 40 minutos. Por pouco, Dembélé não fez o segundo em duas oportunidades. Na primeira, em falta cobrada por cima do gol. E depois, já no fim, ao concluir de primeira uma bola levantada na segunda trave.
PSG vira rápido, mas dá recua no fim e quase paga preço
Foi um início absurdo dos parisienses. Além dos dois gols, quase marcou com Hakimi, em chute de longe que Ter Stegen quase se complicou, e Fabian Ruiz, este em batida cruzada que passou pertinho da trave.
No entanto, do meio para fim, o Barça sufocou o adversário. İlkay Gündoğan mandou uma na trave, Lewandowski chutou da meia-lua e Gianluigi Donnarumma defendeu, enquanto Raphinha carregou para linha de fundo e bateu rasteiro para fora. As bolas paradas também foram um perigo, com um corte de Barcola que impediu uma finalização de Ferran Torres que seria quase na pequena área.
Lewandowski teve a bola do jogo quando Lucas Hernández errou a saída e era um ataque com superioridade numérica. Lotado de opções, o polonês decidiu chutar, a bola bateu na defesa e saiu pela linha de fundo.
Era dia de Paris, que além de fazer o quarto quase marcou o quinto em chute de longe de Mbappé. Foram sete de acréscimos até enfim acabar.
Por Trivela