Pesou para este novo quadro a saída do ex-juiz Sérgio Moro da disputa. O pré-candidato migrou do Podemos para o União Brasil no último dia do prazo para a troca de partido e não obteve o aval de parte da nova legenda para ser o concorrente. Segundo analistas de institutos de pesquisa, parcela de seus potenciais eleitores passou a considerar o voto em Bolsonaro, principal favorecido com o episódio. O candidato escolhido para concorrer pelo União Brasil, o presidente da legenda, Luciano Bivar, tem menos de 1% das intenções de voto.Entre os mais competitivos da terceira via, há problemas internos nas próprias legendas que abrigam as candidaturas. Casos de: João Doria, que luta para obter a união e o engajamento dos tucanos, com poucos avanços até aqui, e Simone Tebet, cuja pré-candidatura enfrenta oposição explícita de caciques tradicionais do MDB, que desejam aliança com Lula no nordeste, por exemplo. Ciro Gomes também não tem progredido na aceitação dos eleitores e ainda recuou, passando a empatar com Doria, que tem altos índices de rejeição.
O cenário é péssima indicação para os políticos da terceira via, que chegaram a marcar para 18 de maio a tentativa de unificação, com a eventual formação de uma chapa única para fazer frente à polarização entre Bolsonaro e Lula. Faltando cerca de duas semanas para a data estabelecida, não há sinal de acordo ou de entusiasmo com nenhuma das opções à mesa.
Neste 1 de Maio, Dia do Trabalhador, a polarização entre as duas candidaturas majoritárias ficou clara também nas ruas. Enquanto manifestantes marcaram posição dos dois lados em disputa, em várias capitais, os postulantes da terceira via se limitaram a publicações em redes sociais, em alusão à data.