Mesmo com otimismo por Coutinho, Pedro Martins mantém pés no chão no Vasco
Mais de um mês após chegar ao Vasco, o diretor-executivo de futebol Pedro Martins, enfim, foi apresentado no clube. E, apesar da expectativa da torcida, o dirigente chegou com discurso de “não vender sonhos” para o vascaíno. Ainda que tenha mostrado certo otimismo para a chegada de Philippe Coutinho, Pedro Martins fez questão de ressaltar que o orçamento do Vasco para a próxima janela de transferências é limitado.
Ao falar sobre a autonomia de trabalho como diretor de futebol, criticada por Paulo Bracks e Alexandre Mattos, últimos dois diretores de futebol do clube, Pedro Martins comentou sobre as conversas com Lúcio Barbosa, CEO da SAF, a 777 Partners e Pedrinho, sócios da empresa que administra o futebol do clube.
– Desde o início, falando com o Lúcio e com a 777, eles queriam um diretor que ajudasse a construir saídas para o projeto de futebol. O que significa isso, na prática? É desenvolver uma linha orientadora para a formação do elenco, contribuir no desenvolvimento do perfil do jogador que o Vasco vai formar, qual vai ser a estratégia que o Vasco vai adotar no mercado. Quando a gente fala de diretor de futebol, é isso. É uma visão muito mais ampla para ajudar na construção de um norte para o projeto de futebol do clube, não só pensando na janela, mas no futuro do Vasco. Um dos pontos que foi passado é que o Vasco pensou muito no imediato e deixou de pensar no seu futuro. Com relação a isso, acho que a gente estava bem alinhado. A minha felicidade é que o Pedrinho pensa da mesma maneira, a gente está 100% alinhado. Que não seja só vender o almoço para pagar a janta. Temos que começar a pensar num futuro para colocar o Vasco de novo entre os protagonistas – afirmou Pedro Martins, antes de completar.
– Para fazer isso, não é só dinheiro. Se não tiver uma lógica bem estabelecida, você pode ter um caminhão de dinheiro que vai gastar errado. A torcida normalmente está interessada num grande nome. Mas se a gente começar a tomar uma decisão popular sem respeitar a sustentabilidade financeira do clube, o clube quebra. Eu não estou aqui para dar notícia boa, estou para dar a notícia que é possível. Não estou aqui para vender sonho, estou aqui para ajudar a construir o sonho. Alguém precisa plantar, estou aqui para isso – disse o dirigente.
Por mais de uma vez durante a sua coletiva, que foi junto com a apresentação do técnico Álvaro Pacheco, Pedro Martins ressaltou que foi contratado para trabalhar o desenvolvimento de um projeto de longo prazo.
– Eu estou aqui para desenvolver o projeto de futebol do clube. Não quero a chave do clube, não quero ser o dono do Vasco. Fui contratado por um clube que tinha dono e que tinha uma diretriz esportiva. Hoje o clube tem um presidente, que também tem uma diretriz. Vamos trabalhar dentro disso. O que é importante: não vamos ao mercado fazer algo que o Vasco não pode executar. Se isso é autonomia, eu não sei. Mas só vamos fazer o que o clube puder pagar. Temos que parar tudo e pensar no futuro dessa instituição – disse Pedro Martins, que ainda comentou sobre como estão sendo tomadas as decisões do futebol do clube.
– Hoje é sentar numa mesa Pedro Martins, Álvaro Pacheco, Pedrinho e Lúcio e tomar a melhor decisão para o Vasco.
Pedro Martins mostra otimismo por Coutinho
Como era de se esperar, Pedro Martins foi perguntado sobre a possível chegada de Philippe Coutinho. Como a Trivela mostrou recentemente, o Vasco e o meia já acertaram detalhes contratuais, mas o jogador ainda precisa resolver a sua situação com Aston Villa, da Inglaterra, com quem tem contrato até 2026.
Dessa forma, Pedro Martins manteve os pés no chão em relação à chegada do meia, mas ressaltou que há uma expectativa positiva por um final feliz na negociação.
– Falando em transferências, parte desse diagnóstico do que era o Vasco foi na análise financeira, para sabermos o que fazer na janela. Uma das grandes compreensões que temos é que o Vasco tem um orçamento limitado, o clube não está com cofres cheios. Isso leva diretamente ao fato de o Coutinho querer estar aqui. A briga do Coutinho não é financeira, não vamos ao mercado para oferecer mais dinheiro pelo Coutinho. Estamos fazendo uma conversa com alguém que quer estar no Vasco, que optou por isso. A opção dele não está atrelada de investimento, mas, sim, à capacidade de entendimento do que é o projeto do Vasco hoje e a importância que ele tem nesse cenário. É por aí que as conversas caminham – disse Pedro Martins.
– Não dá para cravar que ele vem, mas dá para demonstrar otimismo porque, quando o jogador quer vir, é fundamental e importante. Se isso vai demorar muito mais ou muito pouco, vai depender de uma série de outras questões. Mas o fato de ele querer estar aqui é muito forte para que essa negociação caminhe bem – completou o dirigente.